Construindo um POPCOR Web Site
Colocando as Pessoas no Centro do Processo
Sumário do Artigo
- Página atual: Página 1: Colocando as Pessoas no Centro do Processo
- Página 2: Perceptível
- Página 3: Operacional
- Página 4: Compreensível
- Página 5: Robusto
Bons Motivos para Criar Conteúdos Acessíveis na Web
Existem pelo menos três razões principais que podem motivar as pessoas a criar conteúdos acessíveis na web:
- Para melhorar a vida das pessoas com deficiência (centrado nas motivações humanas).
- Para capitalizar uma audiência maior, com base no consumidor (marketing ou economia centrado em motivações).
- Para evitar ações judiciais e/ou má imprensa (relações públicas e punição centradas em motivações).
Todos estes podem ser bons motivos. E sites acessíveis na Web podem realizar todos estes objetivos. As motivações estão listados em ordem da mais altruístas para menos altruísta, mas afinal de contas, enquanto os site estiverem acessíveis, talvez não importe quais sejam os motivos que levem os desenvolvedores a se motivarem a começarem a adotar esta postura, para não dizer, cultura.
Não importa qual o tipo de motivação em particular funciona para o desenvolvedor, em princípio sempre serão válidas: Acessibilidade Web é alcançada mais facilmente quando as pessoas estão no centro do processo. Mesmo aqueles que estão simplesmente tentando evitar ações judiciais, mais cedo ou mais tarde podem perceber que as necessidades das pessoas com deficiência como público-alvo devem ser cuidadosamente tratadas e consideradas.
- Entendendo o ponto de vista do usuário e suas necessidades.
- Ultrapassando a Acessibilidade técnica.
- Mantendo o foco nos princípios de Acessibilidade.
Compreendendo as Necessidades e Perspectivas do Usuário
As técnicas e orientações de Acessibilidade Web não foram inventadas para tornar a vida mais difícil para os desenvolvedores web. Elas foram inventadas para tornar a vida mais fácil para as pessoas com deficiências. Como todo mundo, as pessoas com deficiência querem e precisam de acesso aos tipos de recursos oferecidos na Web. Muitos bens e serviços, antes disponíveis somente no meio físico, em escritórios e lojas feitas de cimento e tijolos, que tínhamos que ir pessoalmente estão agora disponíveis on-line, a partir do conforto do lar de uma família. Nada poderia ser mais perfeito em termos de tornar o mundo mais acessível às pessoas com deficiência.
A Web não é uma barreira para as pessoas com deficiência, é uma solução. A web tem o potencial para revolucionar o dia-a-dia de milhões de pessoas com deficiência, aumentando a sua capacidade de acesso à informação independente, comunicação, entretenimento, comércio e outros aspectos da vida que a maioria das pessoas sem deficiência tomam por garantido. No entanto, para a Web alcançar seu pleno potencial para as pessoas com deficiência, os desenvolvedores web devem empenhar-se sempre em projetar com Acessibilidade em Mente. E não fazer um projeto revolucionário que pode ser transformando em mais um obstáculo na vida das pessoas com deficiência do que uma solução.
Esta é a razão pela qual Acessibilidade da Web foi inventada. Esta é a perspectiva que se deve ter em mente ao desenvolver web sites. Afinal, as pessoas com deficiência são pessoas. Eles só querem tirar o máximo partido da vida. Uma Internet acessível não é uma bala mágica ou uma panacéia capaz de resolver todos os obstáculos enfrentados pelas pessoas com deficiência, mas é pelo menos um passo na direção certa.
Ultrapassando a Acessibilidade técnica
As técnicas e orientações são importantes porque representam uma tentativa de definir e padronizar o que significa Acessibilidade Web. Representam um consenso, ou pelo menos o parecer da maioria, sobre as melhores práticas e métodos para a Acessibilidade na Web. O Guia de Acessibilidade Web (WCAG) são um conjunto de recomendações mais aceitas, e foram desenvolvidas ao longo de vários anos de envolvimento colaborativo de especialistas e pessoas interessadas. O processo rigoroso é propositadamente lento e metódico, em uma tentativa de analisar uma grande variedade de pontos de vista, necessidades e temas. Ainda assim, nenhum dos participantes neste processo nunca irá alegar que as orientações são a última palavra em matéria de Acessibilidade, ou que a conformidade com as orientações será a garantia de Acessibilidade ao conteúdo da Web. As orientações são uma excelente base sobre a qual construir conteúdos acessíveis na Web, mas, a menos que os desenvolvedores possam compreender as razões por trás das orientações, certamente, as orientações podem ser aplicadas incorretamente ou de maneira ineficaz.
Por exemplo, um dos mais conhecidos é o de proporcionar Orientações de texto alternativo para imagens no atributo alt da tag img. Se os desenvolvedores web só aprenderem as diretrizes, mas não a razão da orientação, eles podem fornecer texto alternativo que não seja útil para usuários que necessitam dele. Podem até mesmo criar mais problemas, em vez de resolver entraves de acessibilidade.
(Veja effective alt text para mais informações.)
Quando programadores mantêm o foco sobre as especificações técnicas, pensando em atingir somente a acessibilidade técnica, normalmente eles podem não conseguem manter a Acessibilidade utilizável. Para fazer uma comparação, um grande edifício administrativo pode ser tecnicamente acessível para uma pessoa que seja cega, o que significa que essa pessoa pode ser capaz de percorrer todos os corredores, usar os elevadores, abrir as portas, etc, mas sem uma explicação (ou talvez um mapa tátil) de como o prédio é organizado, onde os elevadores e as portas estão, gabinetes, o que existe e em quais andares estão, vai ser muito difícil de navegar pelo edifício, especialmente no início. A pessoa pode tentar se localizar através de um processo de tentativa e erro, mas este é um processo muito lento e trabalhoso. O edifício é acessível, mas em um determinado sentido não muito utilizável.
De um modo semelhante, os programadores podem criar Web sites que seja possível a pessoas com deficiências terem acesso, mas só que, com grande dificuldade. As normas técnicas são importantes, mas também podem ser insuficientes por si sós. Os desenvolvedores precisam saber quando e como pretender ir além das normas técnicas e quando é necessário.
Focando os Princípios de Acessibilidade
A Versão 1.0 do Guia de Acessibilidade para Conteúdo Web manteve fortemente o fôco sobre as técnicas para realizar acessibilidade, especialmente as relacionadas ao HTML. A versão 2.0 (ainda não recomendada oficialmente pela W3C, e no momento em fase de redação do texto) tem uma abordagem diferente: ele se concentra com mais ênfase nos princípios de acessibilidade, e apresenta algumas técnicas em documentos separados. Por se concentrar mais em princípios e não técnicas, a versão 2.0 das orientações é mais flexível, e incentiva os desenvolvedores a pensar conceitualmente através do processo. Os quatro princípios principais para acessibilidade na WCAG 2.0 são:
- Perceptível
- Operacional
- Compreensível
- Robusto
Convenientemente, estes princípios enunciam um acrônimo, que é relativamente fácil de lembrar: POPCOR. A idéia e criar um Web Site POPCOR, por assim dizer. O trocadilho pode ser um pouco ruim, mas se isso puder ajudar os desenvolvedores a memorizar os princípios, então terá servido ao seu propósito. Cada um destes princípios é abordado com mais profundidade nos capítulos que se seguem. Por agora é suficiente dizer que a colocação do princípio POPCOR ajuda a colocar as pessoas no centro do processo, que no final, é toda a razão para discutir as questões.